Em busca de vida longa, saudável e produtiva
Por que as pessoas ficam doentes em idades diferentes? Por que o mundo aumenta a longevidade, mas não aumenta a qualidade de vida? Por que há doenças da velhice acometendo jovens? Essas indagações motivaram o médico Rafael Rosito a estudar e pesquisar sobre como poderia ajudar colegas e pacientes na busca por métodos de vida mais saudáveis, mudando hábitos e transformando ambientes.
Formado em Medicina pela Universidade de Caxias do Sul, atualmente atua como cirurgião do aparelho digestivo e responsável técnico médico do Hospital Municipal Getúlio Vargas, em Sapucaia do Sul. Rosito alia as funções que desempenha diariamente com palestras e conversas sobre longevidade, que para ser alcançada, segundo ele, exige cuidados e bons hábitos durante todas as fases da vida.
Saúde é bem-estar físico, mental e social. A genética tem apenas 20% de peso para essa conquista. Segundo Rosito, o resto vem do comportamento e do meio onde a pessoa vive, que, traduzindo, é o estilo de vida que cada um adota.
– Não podemos mudar a genética, mas podemos ajustar a forma como vivemos. Cada um escolhe o seu caminho e nada muda se você não mudar, aconselha.
Para ajudar as pessoas na busca por uma vida longa e saudável, o médico relaciona cinco hábitos que devem ser adotados:
- Gerenciar o estresse;
- Adotar atividades de lazer;
- Evitar a automedicação;
- Realizar uma nutrição adequada;
- Abandonar o sedentarismo.
Blue Zones
Para motivar pessoas a mudarem os hábitos, Rafael Rosito usa um estudo observacional realizado pelo pesquisador norte-americano Dan Buettner, que avaliou as cinco regiões do mundo que concentram o maior número de idosos acima de 100 anos. Conversando e avaliando os moradores de Ikaria (Grécia), Okinawa (Japão), Sardenha (Itália), Loma Linda (Califórnia-EUA) e Península de Nicoya (Costa Rica), Buettner consolidou o estilo de vida que traduz a longevidade desses povos. As localidades ficaram conhecidas como Blue Zones, ou seja, zonas azuis.
O responsável técnico médico do HMGV ressalta que o estudo alcançou notoriedade no mundo inteiro, com um livro que virou best-sellers e uma série de televisão de muito sucesso. Rosito traduz em nove pontos a receita encontrada pelo pesquisador:
- Movimentar-se naturalmente;
- Restringir conscientemente as calorias consumidas;
- Alimentar-se com produtos frescos e vegetais;
- Beber vinho com moderação;
- Ter propósitos, razões para viver;
- Desacelerar e fazer coisas que nutram a alma;
- Encontrar uma comunidade espiritual;
- Priorizar laços familiares;
- Cercar-se das pessoas certas.
De acordo com Rosito, todo mundo quer viver bastante. “Por mais remota a chance de uma pessoa continuar viva, ela vai se agarrar com todas as forças a esta possibilidade”, exemplifica. Ele, inclusive, citou no fim da conversa, uma frase de autoria própria que pode ser a chave para o sonho da longevidade com qualidade de vida:
– Faça do seu alimento e do seu estilo de vida o seu melhor remédio.
Texto e foto: Rogério Carbonera – MTB 7686 /Comunicação FHGV