Música embala encontro do Grato
“Me sentia sem forças para vencer a batalha, mas no Grato compreendi que eu tinha chances de sobreviver.” Este é o relato da aposentada Neusa Monteiro, de 65 anos, que foi diagnosticada com câncer de mama há cinco anos e, há quatro, participa do Grupo de Apoio ao Tratamento Oncológico (Grato), que se reúne mensalmente na sede da Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV). Voluntários e profissionais do Hospital Municipal Getúlio Vargas (HMGV) e da Clínica de Saúde da Mulher (Clisam) de Sapucaia do Sul fazem parte da iniciativa, criada em 2016.
O apoio que faltava, foi isso que dona Neusa encontrou no grupo, que busca ser um espaço humanizado de acolhimento e cuidado aos integrantes, pacientes oncológicos e seus familiares. “Me sinto curada em todos os sentidos”, conta. São histórias como as de Neusa que inspiram os participantes e os voluntários do grupo. Este foi o caso da gerente comercial Marinês Chaxim, que se sentiu atraída pela causa. “Me sinto gratificada em colaborar e fazer o bem ao próximo e a mim mesma”, declara. A iniciativa conta com, aproximadamente, 30 pessoas envolvidas.
Música e alto-astral
As reuniões do Grato acontecem na primeira terça-feira de cada mês, oportunizando diversas atividades voltadas para a criação de um ambiente de suporte para seus integrantes. No último encontro (01/08), os participantes contaram com o envolvimento do Projeto Musicoterapia Hospitalar do HMGV, pioneiro nos hospitais públicos gaúchos, parceria entre a FHGV e o curso de bacharelado em Musicoterapia das Faculdades EST.
Para a estagiária de musicoterapia, Josely Antonio de Moraes, que participou do encontro, atividades através da música destacam o que é positivo, por meio de novos movimentos sonoros, proporcionando às pessoas melhor qualidade de vida. “É algo que afasta o pensamento constante na doença e o que ela acarreta. Estabelecer relações, tendo a música como idioma e observando como as pessoas se expressam, traz a atenção para o aqui e agora”, reflete ela.
“Todos amaram a participação da musicoterapia. Levantou o astral e era o que queríamos quando fizemos o convite, pois a musicoterapia fala sobre isso, o bem-estar das pessoas e conexão com os sentimentos”, comenta a técnica de enfermagem da Clisam, Maria Lúcia de Souza Almeida, coordenadora e uma das fundadoras do Grato. Para ela, promover e organizar esses momentos de encontro revigora a alma. “Fazer parte do grupo é tão gratificante que não existem palavras para descrever. É inacreditável que com tão pouco você possa transformar a vida de alguém”, diz emocionada.
Texto e Fotos: Karolina Kraemer, orientada por Rogério Carbonera – MTB 7686 / Comunicação FHGV