Um hospital pra chamar de seu
Seu Waldir Alcione Veeck tem 78 anos. Há quase seis décadas, quando foi construído o Hospital Municipal Getúlio Vargas (HMGV), ele trabalhava em uma olaria, em Sapucaia do Sul. A comunidade estava mobilizada para viabilizar o prédio, colaborando com tijolos para que a obra fosse erguida. Muito jovem ainda, seu Waldir nem imaginava que o hospital que ajudou a construir há tanto tempo viria a ser, um dia, quase sua segunda casa. Após sofrer um AVC isquêmico há dois meses, ele recebeu atendimento no Getúlio Vargas onde, desde então, espera transferência para realizar uma cirurgia para desobstrução das carótidas.
“Meu patrão, proprietário da olaria, doava tijolos para a construção e eu vinha duas ou três vezes por semana, de forma voluntária, ajudar a assentar as peças, que eram bem grandes”, recorda com muito orgulho. Nesse longo período de internação, Waldir já fez amizade com várias pessoas, sendo muito popular entre a equipe do hospital e demais pacientes. Em sua rotina, estão longas caminhadas pelos corredores para se exercitar. É cumprimentado por quase todos que cruzam por ele.
O aposentado não se cansa de fazer elogios à instituição. “Estou sendo muito bem tratado por todos aqui, desde faxineiros, enfermeiros e médicos. Não aceito que ninguém critique o hospital”, ressalta ele. Durante a conversa, ao avistar o fisioterapeuta Diego, exclama: “Esse rapaz é uma benção, me ajudou a recuperar os movimentos.”
O paciente está cadastrado no Gerenciamento de Internações Hospitalares, sistema que organiza a fila das cirurgias em hospitais referência. Mesmo com a demora, seu Waldir está tranquilo. “Aguardo com calma, pois se não me chamaram ainda, é porque tem gente pior do que eu”, presume ele.
Texto: Rogério Carbonera – MTB 7686 / Comunicação FHGV
Fotos: Karolina Kraemer / Comunicação FHGV