Programa de Residência Médica do HMGV forma a sétima turma de especialistas
Na última sexta-feira (11/02), aconteceu a formatura da sétima turma de médicos residentes do Hospital Municipal Getúlio Vargas (HMGV), de Sapucaia do Sul, que conta com o trabalho do Instituto de Ensino e Pesquisa da Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV). O evento foi transmitido online e teve redução de público presencial em razão da pandemia do Coronavírus. Nove residentes concluíram o curso nas especialidades de Anestesiologia, Clínica Médica, Medicina da Família e Comunidade, Pré-requisito em Área Básica Cirúrgica e Psiquiatria. Iniciado em 2014, o Programa de Residência Médica do HMGV, tem como objetivo especializar médicos para uma intervenção proporcional propositiva no âmbito da saúde. Ao total, 63 médicos especialistas já foram formados no programa e 12 retornaram para trabalhar no Getúlio Vargas através de processos seletivos ou concursos públicos.
Em nome dos novos especialistas recém formados no HMGV, a especialista em Psiquiatria Helena Krummenauer da Silveira, e o médico especialista em Medicina da Família e Comunidade, Rômulo Jesus Alves, leram uma mensagem. “Todos aqui representados, ao se inscreverem em um programa de residência médica, compartilhavam de um mesmo propósito: qualificar-se a fim de oferecer a seus pacientes a melhor assistência possível. Os seis anos de graduação em medicina não seriam suficientes para o que almejávamos, precisávamos de mais. Sabíamos que a prova para adentrar em um programa seria o primeiro desafio que teríamos que superar durante essa jornada, então veio a entrevista. Alguns de nós viajaram quilômetros, especialmente para este momento. A ansiedade se somou ao cansaço, mas superamos, vencemos. A primeira alegria veio com a notícia da aprovação e nossos caminhos divergiram. Alguns, como eu, cursaram o primeiro ano de forma integralmente presencial, sem restrições. Com a rotina exaustivamente normal, típica do primeiro ano de qualquer residência médica. Mas tudo bem, não há R1 que não termine, não é mesmo? O ano era 2019, mal sabíamos o que estava por vir”, citou Helena em um dos trechos.
Na sequência, Jesus Alves complementou sobre o contexto de 2020 e as mudanças, sobretudo, a partir de 18 de março de 2020 com a pandemia afetando a rotina de todos os brasileiros e as mudanças necessárias apontadas pelos órgãos de saúde. “Tivemos que deixar nossas especialidades em segundo plano, somos médicos e precisávamos agir. A atenção em saúde tornou-se um campo de guerra. Houve suspensão de consultas e cirurgias eletivas, tudo era destinado aos pacientes com covid. Vivíamos o caos na saúde. Com o passar dos meses, percebemos que as mudanças vieram para ficar. A pandemia mudou nossa rotina. Adaptamo-nos e tentamos ir retomando, gradualmente, as atividades das nossas especialidades. Foi um desafio não só para nós, residentes, como para nós, preceptores e para o mundo como um todo”, ressaltou em outro trecho o especialista em Medicina da Família e Comunidade.
Ao final da mensagem, os médicos especialistas agradeceram aos preceptores e aos familiares que souberam entender suas ausências durante o processo de formação.
Prefeitura
No evento, a vice-prefeita de Sapucaia do Sul Imilia de Souza, foi representada pela chefe de gabinete, Márcia Silveira. Na ocasião, o prefeito Volmir Rodrigues observou que ao longo da história, passou-se pela peste bubônica, pela gripe espanhola, e nos últimos dois anos, está sendo vencida a pandemia da Covid-19. “Infelizmente, tive duas vezes covid. Uma antes da vacina com 45% do pulmão comprometido. Parei lá no Pereira Filho, e na segunda vez, agora em janeiro no período das minhas férias. Quando estamos doentes, nós e nossas famílias confiamos nos médicos, pois são 6 anos e mais uma especialização. Obrigado por escolher a profissão. Se não fossem os médicos, a peste bubônica tinha dizimado a população, o ebola tinha dizimado a África, e a covid terminado com grande parte da população”, comentou Rodrigues, que convidou a todos para que aplaudissem em pé os novos médicos especialistas.
FHGV
“A educação muda tudo. Um dos princípios da saúde é o ensino e durante muitos anos a medicina foi feita pelo conhecimento empírico e pela transmissão oral. Fomos transformando o conhecimento para os livros. Há 1 ano e 11 dias, assumimos a direção-geral da FHGV com o compromisso em transformar realmente a FHGV numa instituição sustentável equilibrada, posicionada e do tamanho que ela merece. Um dos eixos estratégicos é a educação. Dividimos em saúde, ensino, pesquisa e inovação e, agora, acreditação. Transformar em ações para que em 30 meses possamos a acreditação pela Organização Nacional de Acreditação. Aprendi a suturar, a drenar tórax, apendicectomia e laparotomia. Sou clínico, mas aprendi tudo isso com alguém que está sentado aqui: o Teixeira”, afirmou o diretor-geral da FHGV, Tércio Erany Tedesco Júnior.
O diretor de Atenção à Saúde da FHGV, Marcelo Bastiani Pasa, lembrou que a apenas 30% dos médicos conseguem fazer residência. Ele agradeceu ao coordenador da Coreme Pedro Lopes Ritter, à vice-coordenadora, Adriana Trein Einzeveiler, aos preceptores, aos enfermeiros e aos técnicos de enfermagem. “A nossa diretoria assumiu há um ano, a Fundação e temos grandes projetos para a residência. Queremos melhorar muito mais do que, já chegamos até aqui, cumprir as especialidades que a gente fornece. Nós queremos que os nossos residentes se sintam acolhidos na cidade, que gostem de Sapucaia, que gostem do nosso hospital, e façam ali uma formação de qualidade, e voltem um dia para trabalhar conosco como nossos médicos contratados. Esse é o objetivo da nossa residência, é para isso que ela serve. Esse é o principal objetivo para o qual ela existe. Nós queremos que vocês tenham outros desafios, mas talvez, estejam conosco trabalhando e seguindo essa nossa rotina de atender os pacientes. E quem sabe, logo ali na frente, ensinando outros colegas como novos preceptores dentro da nossa instituição, como vários dos preceptores de vocês fizeram”, declarou Pasa.
O coordenador da Comissão de Residência Médica (Coreme), Pedro Lopes Ritter, recordou do esforço dos residentes desde o pré-escolar até este momento para que tenham capacidade de cuidar de outros humanos. “Dentro do conhecimento de suas especialidades e cuidar com excelência, com a convicção de estar fazendo o melhor possível. Juntem essa sensação de plenitude profissional a uma vida pessoal que contenha amizade, amor e responsabilidade e teremos uma ótima receita para uma vida plena. Aliás, a residência também é sobre isso: não apenas nos focamos em questões técnicas. A convivência diária e intensa nesses anos com outros residentes, preceptores e demais profissionais do hospital, nos fornecem também oportunidades de atingir uma boa vida no quesito pessoal. Nesse ponto, tenho um agradecimento especial a fazer para as minhas residentes Helena e Ingrid. Nos momentos em que eu estava cansado, fiz a energia de vocês, minha energia. A felicidade em viver de vocês me contagiou. A lealdade e a dedicação de vocês renovaram o meu compromisso com o ensino médico. Assim, hoje me permito vibrar com a conquista de vocês como se minha fosse”, observou Ritter.
Texto: Jocélia Bortoli / Comunicação FHGV
Fotos: Odilon Portela