Fotos e mensagens amenizam a distância entre pacientes com coronavírus e familiares no HT
A terapia ocupacional do Hospital Tramandaí (HT), administrado pela Fundação Hospitalar Getúlio Vargas, vem realizando um trabalho que ameniza a distância entre pacientes internados com covid-19 e familiares. Uma ação simples, mas que envolve humanização e carinho por parte de todos os envolvidos nesse processo de assistência. Um dos pacientes que recebeu esse tipo de comunicação carinhosa da família foi o senhor José Luiz Castro da Rosa. Ele gravou por telefone o seu depoimento e estava emocionado após ver as fotos e ler as mensagens dos familiares, já que desde a internação hospitalar está isolado em tratamento contra o coronavírus.
“Eu quero dizer que cheguei no hospital muito ruim de saúde. Hoje, já faz oito dias que estou internado e estou bem. Já respiro sem ajuda com oxigênio e dá para suportar bem a doença. Tomo os remédios certos, sou muito bem tratado por todos aqui e peço que Deus abençoe a cada um, pois ele é autor de nossa vida, sem Ele não somos nada e eu estaria morto. Mas, me encaminharam para o lugar certo onde as pessoas se preocupam comigo. Só tenho a agradecer a todos desde quem limpa, prepara a comida e aplica a medicação. Que Deus abençoe a todos sem medidas”, declara.
Humanização
Inspirada na necessidade de promover ainda mais um atendimento humanizado neste momento de pandemia, primeiramente, a terapeuta ocupacional do HT Deise Chiele entra em contato com familiares de pacientes internados com coronavírus e solicita se há o interesse dos parentes em enviar fotos e mensagens para quem está internado no HT. Segundo Deise, ao contatá-los explica-se sobre o projeto, dando a opção de participar ou não. No entanto, ela conta que eles são bastante solícitos e mandam as fotos com mensagens positivas. Em alguns casos, os pacientes recebem de volta até as tradicionais cartas tão escassas no atual contexto das redes sociais e da comunicação através da tecnologia.
A partir do conteúdo que recebe, Deise faz uma montagem das fotos com os recados dos familiares. Posteriormente, ela entrega os materiais às equipes responsáveis pela assistência direta dos pacientes, que deixam junto aos leitos para que os pacientes possam ver, diminuindo a saudade de casa e dos familiares. “Como terapeuta ocupacional não vejo apenas a questão clínica do paciente internado. Vejo-o como um todo, como uma pessoa que está ali com medos, principalmente, por não poder estar com a família por perto. Levando em conta a importância de um olhar humanizado e de um acolhimento diferenciado, os familiares ficam muito gratificados quando ligamos para melhorar a questão da solidão do paciente no leito”, revela Deise.
O enfermeiro supervisor da unidade de terapia intensiva (UTI) geral e da UTI covid do HT, Marcius Rafael Amaral dos Santos, destaca que a ideia é prosseguir com esse projeto tendo em vista que se trata de algo de extrema importância no que se refere à humanização do paciente em tempos de pandemia. Além disso, recentemente, o HT implantou o sistema de visita virtual por chamadas de vídeos. Essa é mais uma forma de amenizar o distanciamento entre quem precisa se tratar internado isolado e os seus familiares.
