Residentes expõem pesquisas no Grand Round da Residência Multiprofissional em Saúde Mental
O Grand Round da Residência Multiprofissional em Saúde Mental da Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul realizado na Fundação Hospitalar Getúlio Vargas foi uma oportunidade para o conhecimento dos resultados de pesquisas com usuários. Os trabalhos foram desenvolvidos por residentes no Hospital Municipal Getúlio Vargas e no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II Bem-Estar) de Sapucaia do Sul.
A residente da área de educação física Naiuri Braga apresentou o trabalho Produção do cuidado em saúde mental com adolescentes em situação de rua. Essa pesquisa teve como objetivo refletir sobre como se dá a saúde mental dos adolescentes que se encontram em situação de rua e descobrir se eles estão fazendo algum acompanhamento de serviço especializado na rede sapucaiense.
“Algumas instituições são mais fechadas e limitam a flexibilidade. Já outras, possuem estruturas mais flexíveis e possibilitam que as equipes tenham mais flexibilidade para escutar o que a pessoa quer e para organizar o tratamento de acordo com o desejo do assistido. Isso propicia a criação de vínculo. Ainda descobri a dificuldade de comunicação dos serviços, o que constatei através de entrevistas semiestruturadas com profissionais e com o próprio usuário guia da investigação”, afirma a residente.
Naiuri faz residência em Sapucaia desde 2018. Ela iniciou o trabalho no Centro de Atenção Psicossocial da Infância e da Adolescência – CAPS i – que conta com serviço especializado em Saúde Mental. “Mas, agora, estou finalizando no CAPS AD – Álcool e Outras Drogas – e na Saúde Mental do HMGV. Essa experiência foi muito rica. Trabalho com colega que é da terapia ocupacional. Eu ofereço aos usuários internados uma vez por semana a atividade de ginástica, mostrando a importância não apenas de tratar a parte emocional, mas também a parte física, pois eles ficam muito tempo no leito e têm uma circulação reduzida por causa do espaço pequeno. Minha atividade é para que eles possam estar com o corpo saudável quando saírem do Hospital”, explica.
Outro trabalho apresentado no Grand Round foi A ambiência como dispositivo de cuidado: quando os sujeitos se juntam para fazer da terapeuta ocupacional Laís Fiuza Machado. Entre os objetivos da pesquisa estão a observação da ambiência como dispositivo de cuidado. “Algo que temos nos três CAPS de Sapucaia, mas escolhi pesquisar no CAPS II – Bem-Estar – e pude ver as potencialidades das ocupações no serviço e o quanto podem organizar o sujeito. Todos participam da ambiência e podemos ter vários olhares. Por eu ser terapeuta ocupacional, consigo ter um olhar positivo sobre as ocupações. A gente se organiza através das atividades, o que é a base da minha profissão, e assim, podemos organizar o sujeito pelo fazer”, comenta a terapeuta.