FHGV é a primeira instituição pública de saúde a aderir ao He For She
Nesta sexta-feira (06) é o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência Contra as Mulheres e a Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV) é a instituição pública de saúde pioneira a aderir ao movimento mundial He for She, Eles por Elas. Criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), a #HeForShe ou #ElesPorElas é um esforço global para envolver homens e meninos na remoção das barreiras sociais e culturais que impedem as mulheres de atingirem potenciais e construírem uma nova sociedade.
Nos últimos seis anos 551 mulheres foram assassinadas, vítimas de feminicídio. No mesmo período, 9.177 mulheres foram estupradas, e 134.345 sofreram algum tipo de agressão com lesão. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul em levantamento do Comitê Gaúcho ElesPorElas da ONU Mulheres. O termo de adesão da Fundação ao movimento foi assinado no final da manhã de hoje entre o coordenador do Comitê Gaúcho Impulsor do Movimento #ElesPorElas e coordenador da Frente Parlamentar dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, deputado Edegar Pretto, e os diretores da FHGV, Alex Borba dos Santos, Patrícia Bienert e Leandro Barcellos.
“A ONU autorizou a criação do Comitê gaúcho que é impulsor do movimento. A FHGV assume o compromisso de ser agente desta transformação cultural e garante uma segurança a mais para as trabalhadoras servidoras e para amparar as mulheres que chegam aqui vítimas de violência. É pela saúde que temos os dados mais precisos de saúde relacionados à violência contra a mulher. É fundamental envolvermos a sociedade civil no movimento, mas o Comitê também trabalha com a cobrança perante os governos para exigir políticas públicas e ações por parte do poder público. Estou feliz pela FHGV ser a primeira instituição de saúde a aderir ao He For She, o que nos dá esperança, coragem e ânimo. Não são as mulheres que precisam mudar. São os homens machistas que precisam se conscientizar dessa mudança”, afirma Pretto.
O diretor de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas Alex Borba dos Santos explica que através da adesão há uma nova frente de trabalho de atuação da FHGV. “Vamos discutir claramente com os homens quais as situações de violência que podemos identificar no ambiente de trabalho com as colegas e com as usuárias. É essencial que o homem entenda que ele é o autor da violência e que ela não é só agressão física, pois também ocorre com intimidação psicológica, com o assédio moral ou com o homem interrompendo a todo o momento a mulher que quer falar. Mudar isso é crucial para ambiente melhor de trabalho e uma cultura de paz na sociedade”, destaca.
A diretora de Atenção à Saúde Patrícia Bienert explica que o HMGV já possuí um fluxo diferenciado para o acolhimento e o atendimento de mulheres vítimas de violência conforme preconiza o protocolo do Ministério da Saúde. Além disso, ela observa que os profissionais do Hospital ao identificarem essas situações realizam a Notificação Compulsória de Violência Interpessoal e Autoprovocada. O HMGV conta ainda com o grupo de trabalho que definirá um protocolo de atendimento às mulheres vítimas de violência para ser aplicado em todas as unidades da FHGV. A meta é prestar atendimento pelo viés de diretrizes que melhorem o acolhimento, a criação de fluxos apropriados de serviço, a definição do registro junto aos órgãos de acompanhamento da temática, a capacitação da equipe, bem como o levantamento dos cuidados a serem observados nas abordagens e no atendimento clínico.
“Estamos realizando reuniões com a Secretaria da Saúde de Sapucaia do Sul para estabelecer os protocolos municipais referentes a esse tipo de acolhimento e atendimento. No caso de violência sexual são feitos todos os protocolos, a testagem rápida na usuária para Infecções Sexualmente Transmissíveis e o tratamento profilático para doenças que inclui a pílula do dia seguinte”, detalha Patrícia.
Documentário
Antes da assinatura do termo teve a exibição do documentário O Silêncio dos Homens, um filme sobre as dores, as qualidades, as omissões e os processos de mudança dos homens a partir de uma pesquisa com mais de 40 mil pessoas. Na sequência, ocorreu roda de conversa com os trabalhadores da FHGV tendo em vista que o movimento He For She tem como objetivo difundir a conscientização e iniciar a ação da responsabilidade através da construção do sentimento de solidariedade, do envolvimento dos homens, dos jovens e das crianças, abrindo espaços para a liderança das mulheres. A iniciativa busca envolver governos, universidades, instituições públicas e privadas na campanha e engajar as pessoas como instrumentos de mudança para solucionar deficiências relacionadas à desigualdade de gênero nesses ambientes.