Mutirão de mamografias para sapucaienses busca superar meta de exames
O câncer de mama é uma preocupação na família da moradora de Sapucaia do Sul Alceri de Fátima Pereira de 61 anos. Isso porque quatro de suas irmãs tiveram a doença por volta dos 60 anos e a aposentada realiza mamografia e ecografia para acompanhar o surgimento, ou não, da doença desde os 40 anos. Em 2014, aos 54 anos o laudo apontou os nódulos malignos na mama direita. Nesse mesmo ano foi necessário novo procedimento cirúrgico para retirada de nódulos na axila e, em fevereiro deste ano, a retirada da mama direita foi inevitável. Todos os procedimentos cirúrgicos de dona Alceri foram no Hospital Municipal Getúlio Vargas (HMGV) que realiza um mutirão de mamografias em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde.
“Em 2014, quando descobri o nódulo na mama fiz todos os exames, e a cirurgia aconteceu em um mês. Passei pela radioterapia, e depois das outras cirurgias necessitei quimioterapia. O tratamento é de muito sofrimento, mas as mulheres precisam fazer seus exames e a mamografia porque o quanto antes elas descobrirem a doença, melhor para tratar. Por causa da quimioterapia, tive muita pneumonia e fiquei 15 dias internada no HMGV onde sempre sou muito bem atendida pelas equipes”, conta dona Alceri.
O médico radiologista do Setor de Imagem do HMGV Francisco Zanotelli Zanella atua há 5 anos no Hospital. Segundo ele, no local são realizadas 250 mamografias por mês e a capacidade alcança 500 no mesmo período. “Com o mutirão, vamos chegar nesse total. Em algumas épocas, tivemos que fazer campanhas para as sapucaienses fazerem a mamografia porque elas não procuravam. O Outubro Rosa é um chamamento, no entanto, a paciente que não sente nada tem o ano todo para fazer o exame”, observa.
Ainda de acordo com Zanella, em média, a cada cem exames, entre cinco e dez há suspeita de câncer de mama, gerando biópsia e investigação. O diagnóstico baseia-se no bi-rads que varia entre 1 e 6 – uma sistematização internacional para a avaliação mamária – interpretação do exame e confecção dos laudos de exames de imagem específicos da mama. Pelos parâmetros, o 1 e 2 não apresentam risco de câncer de mama. Mesmo assim, a paciente necessita de acompanhamento. A partir do 3 ocorre investigação e controle sem biópsia. Nos resultados 4 e 5 faz-se biópsia, e o bi-rads 6 indica que a paciente está em tratamento para o câncer de mama.
“O setor está organizado para atender a demanda. Temos uma equipe com experiência na realização dos exames e para esclarecer as dúvidas mais frequentes como a dor na hora do exame. A mamografia é indicada às mulheres acima dos 50 anos, conforme critérios do SUS, desde que elas não tenham sintomas. Já as mulheres que identificam alguma alteração na mama durante o autoexame ou que têm histórico familiar precisam ser avaliadas. O padrão é de 30 dias para os resultados das mamografias no HMGV, contudo, quando há queixa da paciente e os técnicos percebem alguma alteração, aceleramos o resultado para ser o mais rápido possível em dois ou três dias. O treinamento da equipe técnica é justamente para isto: identificar o potencial de risco de cada paciente”, explica Zanella.
Mutirão
O mutirão iniciou no último dia 21 e vai acontecer por dois meses. Após consulta nas unidades e verificação da necessidade do mesmo, ocorre agendamento pela Secretaria Municipal da Saúde para a realização das mamografias pelas pacientes no HMGV. Por isso, a orientação é para que as pessoas consultem, primeiramente, nas suas unidades de saúde referência. As mulheres que aguardam pelo exame de mamografia receberão confirmação da data pelas equipes da Secretaria Municipal da Saúde e das unidades de saúde.