CEPPIR organiza sarau em homenagem ao Dia da Mulher Negra, Latina e Caribenha
Em 25 de julho, comemora-se o Dia Nacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha, mas é impossível citar a data sem relembrar Tereza de Benguela. Ela foi uma líder quilombola que viveu no atual estado de Mato Grosso durante o século XVIII. Em homenagem ao dia e ao legado dessa líder, a Comissão Especial de Promoção de Políticas da Igualdade Racial (CEPPIR) da FHGV realiza um sarau cultural nesta quinta-feira (25).
A atividade acontece no auditório da Sede, a partir das 14h, e contará com a presença de Lilian Rose da Rocha, farmacêutica, poetisa e musicista. No evento também haverá uma apresentação musical. Segundo a presidente da CEPPIR, Zilmara Martins, o sarau cultural é um exercício de identificação e reconhecimento de ser mulher negra. “Muitas vezes o racismo institucional silencia e desvaloriza essas mulheres. É muito necessário e importante falar e debater sobre isso”, afirma Zilmara.
Tereza de Benguela
Tereza de Benguela foi esposa de José Piolho que chefiava o Quilombo do Quariterêre, situado entre o rio Guaporé e Cuiabá, capital de Mato Grosso. O Quilombo abrigava mais de cem pessoas, com destacada presença de negros e indígenas. Tereza navegava com barcos imponentes pelos rios do pantanal e todos a chamavam de “Rainha Tereza”.
Com a morte de José Piolho, Tereza se tornou a rainha do quilombo e, sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até 1770, quando o quilombo foi destruído e a população morta ou aprisionada. Não se tem registros de como a líder quilombola morreu. Uma versão é de que ela se suicidou depois de ser capturada por bandeirantes a mando da capitania do Mato Grosso, por volta de 1770, e outra afirma que a mulher foi assassinada e teve a cabeça exposta no centro do Quilombo.