Durante as festas juninas, Emergências recebem ainda mais queimados
A entrada no mês de junho costuma ser sinônimo de quentão, pinhão, pipoca, danças e brincadeiras. Porém, este período acaba sendo, também, referência em queimaduras, equivalendo-se aos índices constatados nas viradas de ano. O uso indevido de fogueiras, balões e rojões está entre os maiores agentes de acidentes com fogo nessa época.
Alexandre Fucks, coordenador médico da Emergência do Hospital Municipal Getúlio Vargas (HMGV), explica que as maiores vítimas desses acidentes são crianças e adultos jovens e que o único método para evitar essas ocorrências é proteger-se ao máximo quando fizer uso destas ferramentas. “É um período conturbado, principalmente com a chegada do frio e de doenças infecciosas, e a melhor maneira para minimizar a probabilidade de um acidente é utilizar dispositivos de segurança e não deixar crianças expostas a estes riscos”.
As ocorrências ocasionadas por queimaduras classificam-se em dois tipos: lesões e traumas. Nas lesões, ocorrem danificações dos tecidos cutâneos e musculares, como nas queimaduras de 1º e 2ºgrau, ou até do sistema nervoso e vascularização, como nas queimaduras de 3º grau. Já nos traumas, pode ocorrer até a perda de membros, dependendo do tipo de ocorrência.
Em qualquer um dos casos, o coordenador indica que, emergencialmente, lave-se o ferimento somente com água corrente. Qualquer outro tipo de material ou produto que entre em contato com a queimadura pode agravar a situação. “Esfregar ou até mesmo ‘embrulhar’ o ferimento pode causar algo ainda pior. Lavar com água corrente é o melhor a se fazer, pois limpa o local e não aumenta o dano”. Fucks relembra, ainda, que receitas caseiras para minimizar as queimaduras não devem ser utilizadas de maneira nenhuma. “É frequente vermos casos de pessoas que passam pasta de dente, café, até água oxigenada na esperança de aquilo curar a queimadura, mas isso não deve ser feito nunca. O correto é utilizar somente água corrente e procurar o serviço de atendimento médico mais próximo”.
Como funciona no HMGV
Quando chega à Emergência do Hospital Municipal Getúlio Vargas, o paciente queimado recebe as primeiras medidas para redução da dor, logo no acolhimento. Quando este já não sente dor, as condutas serão ainda mais urgentes visto que o dano pode ter chegado ao sistema nervoso do paciente.
A segunda medida é avaliar a extensão desta lesão e, dependendo de sua complexidade, o HMGV encaminhará o queimado para um centro de tratamento mais específico. O HMGV e a UPA de Sapucaia do Sul estão totalmente capacitados e condicionados a prestar os socorros nesses casos de urgência, de forma rápida e objetiva, onde cada minuto pode ser vital. “Quanto mais tempo o paciente demorar para procurar um atendimento, muitas vezes acreditando que fórmulas caseiras sejam eficazes, mais complicado pode ser o diagnóstico e o tratamento”, afirma Alexandre. Para finalizar, ele completa dizendo que o melhor remédio é a prevenção. “O importante é se divertir com responsabilidade, conosco e com quem nos rodeia”.