Dia da Consciência Negra na FHGV é marcado por criação da CEPPIR, palestra, oficina de bonecas e atração cultural
Mais um capítulo da história de combate ao racismo institucional em Sapucaia do Sul foi iniciado na tarde de 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra. Na ocasião, o prefeito municipal Dr. Luis Rogério Link, e o diretor geral da Fundação Hospitalar Getúlio Vargas, Juarez Verba, assinaram a Portaria que oficializou a Comissão Especial de Promoção de Políticas da Igualdade Racial (CEPPIR) da FHGV. O ato teve a participação de trabalhadores e ativistas da igualdade racial, que lotaram o auditório da instituição. Também estiveram presentes o diretor de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas, Alex Borba do Santos, o diretor Administrativo e Financeiro, Leandro Barcellos, os diretores hospitalares do Hospital Municipal Getúlio Vargas, Loredi Becker e Rodrigo Pérez (adjunto), o professor Edson Portilho, os secretários Vilmar Ballin (Desenvolvimento Econômico e Social) e Selvino Scheibel (Direitos Humanos), o assessor de Igualdade Racial, Luciano Oliveira, o vereador Adão do Calçado, e demais autoridades.
O prefeito Dr. Link parabenizou a FHGV pela luta contra o racismo e disse que é inadmissível qualquer forma de discriminação, seja de cor, raça, gênero. “Como médico sempre atendi as pessoas da mesma maneira, sem distinções”. “Temos que continuar mudando a cabeça das pessoas, sobretudo no Rio Grande do Sul, um dos estados que mais discrimina”, manifestou. “Dia da Consciência Negra deveria ser feriado em todo Brasil”.
Juarez Verba saudou a luta contra o preconceito e a discriminação. Segundo ele, “o racismo ainda existe nas instituições, e aqui conseguimos dar o primeiro passo para combater essa discriminação”.
Para presidente da CEPPIR, a enfermeira Zilmara Martins, a Comissão foi uma vitória. Ela destaca que a iniciativa surgiu após o trabalho de aferição das cotas para negros e negras no concurso público da Fundação. “A partir deste momento, decidimos formar a CEPPIR que terá o papel de combater o racismo institucional e tratar dos assuntos relacionados à saúde da população negra, entre outros temas”, disse.
Feijoada, palestra, show e oficina de bonecas Abayomi
A programação do Dia da Consciência Negra na FHGV iniciou com uma feijoada para os trabalhadores no refeitório do Hospital. Um cartaz fixado no acesso do local de almoço contou a história da feijoada, que é um símbolo da culinária nacional e está ligada à presença dos negros escravizados no Brasil.
Depois do ato de assinatura da Portaria, a presidente da Associação Gaúcha de Doença Falciforme, Neusa Carvalho, fez uma palestra sobre “Doença Falciforme e Controle Social”. A anemia falciforme afeta em maioria as pessoas negras. Ela salientou a importância do teste do pezinho e do exame eletroforético, oferecido pelo SUS para diagnosticar esta doença.
Para animar a tarde, o artista Edy Carlos, cover do cantor Alexandre Pires, fez um show de violão e voz. Em seguida a professora Elenara Martins fez uma oficina de bonecas Abayomi, que segunda ela comentou, significa o “Encontro Preciso”, em Iorubá. “A bonecas de tecido eram confeccionadas pelas mulheres negras para acalentar seus filhos durante as terríveis viagens a bordo dos tumbeiros.”
A atividade fez parte da Semana Interna de Prevenção de Acidentes e do HMGV e da programação da Semana da Consciência Negra de Sapucaia do Sul.