Oficina LBGT em Saúde conscientiza trabalhadores sobre o combate à discriminação
O preconceito, a discriminação e a intolerância contra homossexuais e transsexuais estiveram em pauta entre os trabalhadores da Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV), durante a “Oficina LGBT em Saúde”, realizada na tarde desta segunda-feira (21). O tema foi abordado por pelo representante da Rede de Promotores Populares em Saúde, Jorge Senna, pelo representante do Grupo Nuances e graduado em Saúde Coletiva, Fabiano Barnart, e o ativista em Políticas LGBT de Sapucaia do Sul, Douglas Butzke. A Oficina foi promovida pela FHGV e Prefeitura de Sapucaia do Sul, através da Secretaria de Direitos Humanos.
“O tema LGBTFobia tem sido debatido nas escolas. Sempre procuramos falar sobre o combate ao bullying e o assunto é bem aceito. Parabenizo a Fundação por abrir esta porta para o diálogo sobre LGBT. É bom fazermos esta discussão em um ambiente heterossexual para fazermos a desconstrução dos preconceitos”, destacou Douglas Butzke.
Conforme Jorge Senna, o Movimento LGBT é uma luta incansável por conquistas de direitos e de respeito. Ele citou o “Programa Brasil Sem Homofobia” (2004) de Combate à Violência e à Discriminação, que entre outras questões, prevê o Direito à Saúde, com atendimento e tratamento igualitários à população LGBT. “Precisamos juntos combater o preconceito, a fobia institucional e a violência. Cabe lutar por uma sociedade sem discriminação e temos que contar com os direitos humanos para conquistar os direitos na saúde”, salientou.
“O Brasil está em primeiro lugar no ranking mundial de assassinatos homofóbicos. A cada 26h, um homossexual é assassinado.” Este diagnóstico, foi citado por Fabiano Barhar, que ressaltou a importância do profissional de saúde estar preparado para receber os homossexuais e transsexuais vítimas de agressão. De acordo com ele, a expectativa de vida da população LGBT, entre mulheres trans e travestis, no País, é de 30 a 35 anos. Fabiano lamentou que a LGBTFobia ainda não seja criminalizada no Brasil. “Precisamos oferecer formação em saúde, segurança, educação e justiça para combater o preconceito e a intolerância.”
Entre o público presente, estava a técnica em Nutrição, Ludymilla Vechio. Como transexual contratada por concurso público pela FHGV, ela manifesta nunca ter sido discriminada pela instituição.
A atividade também contou com a participação do coordenador de Políticas LGBT de Sapucaia do Sul, Maycon Alves; do diretor de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas, Alex Borba dos Santos; da coordenadora da Unidade de Residências Profissionais e Estágios, Carolina Santanna; da coordenadora da Unidade de Saúde do Trabalhador e Qualificação Profissional, Tatiane Severo; do diretor administrativo do Hospital Municipal Getúlio Vargas (HMGV), Leandro Barcellos; da diretora de Atenção à Saúde do HMGV, Loredi Becker; de representantes da Secretaria de Direitos Humanos e demais profissionais de saúde.