Hospital Municipal Getúlio Vargas completa 45 anos de história e dedicação à comunidade

 In FHGV, Hospital Municipal Getúlio Vargas, Notícias

             Construído com o esforço da comunidade de Sapucaia do Sul, o Hospital Municipal Getúlio Vargas (HMGV) celebra 45 anos de assistência em saúde, no próximo dia 13 de novembro. Como testemunha desta história, a escritora Eni Allgayer, funcionária pública aposentada pelo Município, documentou essa experiência. “Desde 1969, acompanhei a luta da sociedade sapucaiense pela construção da casa de saúde. A inauguração do Hospital, em 1970, representou uma grande conquista para a cidade, que desde 1737, quando foi fundada  como Fazenda Sapucaia, carecia de assistência médica à população. As pessoas tinham de recorrer a hospitais da região e capital para buscar atendimento”, relatou. “Fico impressionada ao lembrar do ambulatório, que não tinha capacidade para atender todas as demandas. Mais tarde, conseguimos viabilizar o hospital, que passou por reformas de ampliação e sempre contou com o apoio de trabalhadores, voluntários e comunidade, que dedicavam dias e noites em prol da instituição.”

              Natural de Sapucaia do Sul, a trabalhadora do Centro de Esterilização de Materiais do Bloco Cirúrgico, Angela Moares, há 33 no HMGV, conta emocionada que dedicou parte de sua vida atuando na assistência da instituição. “Comecei minha trajetória como atendente de enfermagem, pois na época não existia o cargo de técnico. Presenciei a evolução do hospital, que atendia em condições precárias, quase fechou, passou por reformas e, atualmente, teve um salto de qualidade. Temos uma nova UTI, cirurgias de catarata, atendimento de saúde especializado, entre outras melhorias. Tenho orgulho de trabalhar aqui e gosto do que faço. O hospital faz parte da minha vida”, manifestou.

                Há 20 anos como escrevente do almoxarifado, Carmozina Souza de Oliveira, conhecida carinhosamente como dona Carmô, sempre zelou pelo HMGV. “Ingressei aqui quando o hospital havia passado por uma reforma e depois vieram muitas outras. Lutei constantemente para que o hospital não fechasse. Controlo bem os materiais, sem desperdício, para que nada falte. Sou aposentada e continuo na ativa por amor à camiseta”, declarou.

                “O trabalho de equipe, sobretudo entre o poder público e os trabalhadores do Hospital, permitiu que alcançássemos estes 45 anos de forma diferenciada, mudando paradigmas e sendo reconhecidos por isso”, diz o prefeito Vilmar Ballin. “Agora, no momento em que a região diminui o número de leitos e de atendimentos, nós continuamos nosso trabalho incessante no sentido de garantir o acolhimento e a saúde da comunidade”, completa.

                “O Hospital Municipal Getúlio Vargas conquistou avanços significativos nos últimos anos, ampliando a qualificação dos processos e das relações de acolhimento, o controle de gestão e, consequentemente, resgatando  a confiança dos trabalhadores e da população”, considera o diretor geral da Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV), Juarez Verba.

  

Uma história construída com o apoio da comunidade

          O movimento pela edificação do prédio do HMGV iniciou em 1950, quando formou-se a Fundação Getúlio Vargas, uma entidade civil que mobilizou a comunidade para arrecadar fundos em prol da construção de um prédio para o hospital.  Na época, tickets em forma de tijolinho eram comercializados para ajudar no custeio das obras.

                 A história de criação do hospital seguiu a evolução do município, que iniciou como Fazenda Sapucaia, posteriormente 1° e 7° Distrito (pertencente a São Leopoldo) e, em 1961, foi oficializado como Sapucaia do Sul. Recentemente constituído, com uma população de mais de 18 mil habitantes, o Município contou com aporte de recursos públicos e a mobilização da comunidade para intensificar as obras do hospital ao longo dos anos. Na década de 70, chegavam os primeiros equipamentos. O Raio X vinha da Alemanha. Grupos de Mães e outras entidades beneficentes se organizavam para adquirir louças e demais utensílios importantes. Finalmente em 13 de novembro de 1970, o Hospital Getúlio Vargas foi inaugurado e entregue para atender a população sapucaiense.

                Aos poucos instituição, com suas alas e equipes, foi sendo montada com auxílio financeiro da Prefeitura. Em 1977 houve a primeira ampliação significativa, com o surgimento da ala da maternidade. Ao longo dos anos, a instituição passou por momentos difíceis. Alguns administradores municipais elegiam outras prioridades, e a Saúde ficava em segundo plano. Por conta disso, o Hospital chegou a fechar durante alguns meses.

                Em 2009, quando Sapucaia vivia um momento difícil, a nova administração municipal, através do prefeito Vilmar Ballin, decretou Estado de Calamidade Pública na Saúde, e iniciou um processo de recuperação do Hospital. Um novo modelo de gestão foi adotado, aproximando os profissionais de assistência dos profissionais de gestão hospitalar. O HMGV foi o primeiro hospital público do Estado a implantar a Medicina Hospitalar, que permite ao médico desenvolver um trabalho rotineiro, integrado aos demais profissionais, participando de ações de gestão e priorizando a qualidade assistencial e a eficiência nos resultados institucionais).

                Em 2010, foi aprovada a criação da Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV), que passou a administrar o Hospital. No mesmo ano, o HMGV foi reconhecido entre os 10 melhores hospitais públicos do Estado. Após negociação com o governo federal, novos equipamentos chegaram ao Hospital, como mesas cirúrgicas, respiradores, aparelhos radiológicos e de anestesia. O novo modelo reconquistou a confiança da comunidade, e o número de atendimentos começou a crescer.

                Em março de 2011, o município entregou à população uma nova Emergência, completamente reformada. Esse ano também marcou a realização do primeiro processo seletivo de trabalhadores para o HMGV. A partir de 2012, o Hospital passou a atender 100% SUS e implantou o serviço de Ouvidoria, dando mais transparência à relação com a comunidade.

                De 2013 em diante, a questão da saúde continuou a ser prioridade para o município. Aberto 24 horas por dia, o HMGV atende especialidades de clínica médica, traumatologia, cirurgia geral, neurologia, neurocirurgia, pediatria, obstetrícia, saúde mental e intensivismo adulto.

                Também se destacam o Programa Rede Cegonha (qualificando o atendimento materno-infantil), a linha de cuidado ao paciente com acidente vascular cerebral e o centro de referência em oftalmologia. A comunidade de Sapucaia do Sul, portanto, tem muitos motivos para se orgulhar de seu Hospital, que representa uma das grandes prioridades da administração municipal e que faz parte, literalmente, da vida do município.

                Os investimentos feitos pela Prefeitura de Sapucaia do Sul na área da saúde, principalmente no cuidado de gestantes e bebês até um ano de idade, têm apresentando resultados positivos. Entre as 19 cidades gaúchas com mais de 100 mil habitantes, o Município ocupa o segundo lugar no ranking das cidades como menor índice de mortalidade infantil.

Recent Posts