Jovem com paralisia total recebe alta do Hospital Getúlio Vargas e ganha casa adaptada após três anos de internação
Guerreiro e otimista, Jefferson Camargo Lubas, 14 anos, acometido por paralisia total, finalmente comemorou a vitória de ser recebido em casa, na manhã de 29 de setembro, usufruindo de toda estrutura necessária para viver. Ele foi acolhido pelo Hospital Municipal Getúlio Vargas (HMGV), de Sapucaia do Sul, durante três anos, recebendo cuidados intensivos, carinho e dedicação da equipe multiprofissional de saúde. Graças a uma ação judicial em face do Estado, o empenho do HMGV e da Prefeitura de Sapucaia do Sul, o jovem ganhou uma casa adaptada para recomeçar sua vida.
Jefferson será atendido por um serviço de home care, orçado em aproximadamente R$ 40 mil mensais, que dispõe de ventilador mecânico, cilindros de oxigênio, um técnico de enfermagem 24h, fisioterapeuta três vezes por dia, enfermagem três vezes ao dia e acompanhamento de médico clínico uma vez por semana. O Executivo Municipal vai fornecer cesta básica mensal, tarifa social para o pagamento de água e luz e 50% do aluguel da nova moradia.
O diretor administrativo do HMGV, Cristiano Santarem, justifica o tempo de internação do adolescente. “Diante da situação de Jefferson que precisava de um ventilador mecânico para respirar, prolongamos a internação dele no Hospital até que a família conseguisse o serviço de home care”, esclareceu. “Estamos felizes com o retorno dele para casa e nos colocamos à disposição para ajudar no que for preciso.”
Depois de ganhar alta, o jovem foi conduzido até sua residência pelo médico Rafael Ramon e pelo fisioterapeuta Rodrigo Ferreira, que acompanharam sua trajetória desde 2012. “É benéfico para ele retomar o convívio com a família e amigos fora do Hospital. O trabalho da equipe assistencial durante esses três anos foi fundamental para a recuperação de Jefferson”, considera Rafael Ramon. “O que nos impressiona é a força de vontade de viver deste jovem acamado há três anos. Ele conseguiu recuperar um movimento mínimo da mão esquerda e do pé direito. Agora desejamos que ele continue bem”, manifesta Rodrigo Ferreira.
Em seu novo lar, Jefferson comemorou a vitória. “Fui muito bem tratado e fiz muitas amizades no Hospital. No começo foi difícil aceitar a situação, mas depois vi que chorar não adianta nada, precisamos ser fortes para vencer. Estou muito feliz e ansioso para reencontrar os amigos em minha casa”, manifestou Jefferson. A mãe dele, Milea Lubas, expressou a sua preocupação em ver o filho feliz. “Vamos continuar lutando para que ele tenha saúde”, disse.
Jefferson foi socorrido pelo HMGV, em 2012, depois de sofrer uma parada cardiorrespiratória em virtude de uma crise de asma. O episódio resultou em sequela neurológica, que gerou a paralisa total dos membros superiores e inferiores.
