Reversão de ostomias muda a vida dos pacientes
Ostomia é a abertura cirúrgica que permite a comunicação entre um órgão interno e o meio
exterior. Nos casos de colostomia (operação realizada no cólon), muitos pacientes convivem
durante anos com uma bolsa residual ligada ao intestino, sem ter a oportunidade de realizar o
procedimento de reversão, que lhes proporcionaria significativa melhora na qualidade de vida.
“Depois que fiz o procedimento de reversão, minha vida mudou”, diz Vera Lúcia Pires da Silva,
moradora de Novo Hamburgo, que conviveu com as dificuldades da ostomia por 18 meses.
“Antes mal conseguia levantar da cama, tomar banho, e sofria quando a bolsa estourava ou
quando as pessoas ficavam me olhando na rua. Agora é uma benção, tenho mais liberdade de
movimentos, e isso me fez ser feliz de novo”, completa ela.
No Rio Grande do Sul, apenas o Hospital Municipal Getúlio Vargas (HMGV), de Sapucaia do Sul,
está credenciado para realizar o procedimento através do SUS. “O HMGV me salvou”, lembra
Vera. Administrado pela Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV), o HMGV apresentou à
Câmara Técnica de Ostomia da Secretaria Estadual de Saúde, na sexta-feira (26), um relatório
do Projeto de Reversão de Ostomias.
APRESENTAÇÃO NA SECRETARIA DA SAÚDE
Desde o início do Projeto, em abril de 2012, foram realizadas 120 consultas de pacientes
portadores de colostomia, encaminhados pela Secretaria de Saúde, de diferentes regiões do
Estado. Desses, 107 realizaram a cirurgia. Para a representante da FHGV, Juliana Dias, é preciso
criar alternativas para esse quadro: “É importante que o Estado invista em hospitais satélites
que possam realizar o procedimento, evitando que muitos pacientes tenham que se deslocar
por centenas de quilômetros para reverter a situação”. Segundo ela, “nossa intenção é
organizar um rastreamento desses pacientes, identificando aqueles que estão aptos a fazerem
a cirurgia, para lhes dar oportunidade de liberdade de movimentos e, consequentemente, de
maior bem estar e qualidade de vida”.
Conforme a coordenadora da Saúde da Pessoa com Deficiência do Estado, Yara Castro, existem
no Rio Grande do Sul, atualmente, 9 mil pessoas ostomizadas. O governo tem um custo anual
com esses pacientes de R$ 45 milhões. A reversão dessas ostomias pode representar uma
economia para o Estado, além de oferecer uma nova perspectiva de vida para os pacientes.
Participaram da reunião na Câmara Técnica de Ostomia representantes de instituições da
Saúde de Santa Maria, Novo Hamburgo, Pelotas, Passo Fundo, além de representantes da
FHGV, do Governo do Estado, da Faders e da Federação Gaúcha dos Otomizados.